Friday, July 31, 2009

Sibila - Revista de Poesia e Cultura


A poesia e o ensaio de um autor evangélico, no mundo da cultura dita secular. Em S.Paulo.
Um ensaio sobre a X de Álvaro de Campos e Mário de Andrade e 6 poemas Aqui.

Thursday, July 30, 2009

Pausa! Feridos em nome de Deus?

Da minha amiga jornalista Ana Ramalho:
Estou a ler um livro que está a gerar muita polémica no Brasil... trata da questão do "abuso espiritual", isto é, da manipulação e controlo "em nome de Deus".O título da Mundo Cristão é sugestivo "Feridos em nome de Deus"... a autora é Marília de Camargo César, uma jornalista brasileira, cujo excelente currículo se revê no modo claro e certeiro como escreve.
A realidade brasileira talvez seja mais diversificada e numericamente mais relevante que a portuguesa... mas o ser humano é igual... em todas as épocas, em todos os cantos do mundo. A ânsia por poder e domínio está-nos cravada na nossa velha natureza, pronta a ser estimulada e a crescer, se não for controlada pelo Espírito de Deus em nós.Pessoalmente, esta leitura está a fazer "desenterrar" muitos fantasmas. Está a fazer vir à tona muitos episódios... e fez-me pensar seriamente se alguma vez irei conseguir desconstruir e arrumar plenamente a influência de um pensamento controlador e fechado, que impede a graça de Deus de ser visível através da operação interior do Seu Espírito na minha vida, e na vidas daqueles que me rodeiam.

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Sunday, July 26, 2009

Poema do Pão

Pan,
com harina,
agua
y fuego
te levantas.

Pablo Neruda


Um pão redondo
sua tarefa
foi iluminar a mesa
conjugar grão e labareda
dar um objecto à luz dos olhos
ventre prenhe da terra
oração de cada dia
nos lábios de Deus

Quantos o trouxeram para o centro
da nossa luta
de classes?

Quem transformou o pão
em nosso inimigo?

Um pão redondo
com gotas de sal.

25/7/2009


Friday, July 24, 2009

Wednesday, July 22, 2009

Filmes: Gran Torino (1972)

Moral: já não se fazem vizinhos assim


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A Velha Tatuagem, poema de Brissos Lino, Aqui

Friday, July 17, 2009

Antologia de Poesia Evangélica


Nova Antologia da Poesia Evangélica, aqui, coordenada por Sammis Reachers.


"Amados irmãos e leitores, é com imenso prazer que trago até vocês mais uma antologia poética. ÁGUAS VIVAS é um e-book gratuito, uma antologia reunindo textos de 10 poetas evangélicos contemporâneos, apresentando autores relativamente pouco conhecidos ao lado de outros já consagrados, como o Pr. Israel Belo de Azevedo, Pr. Josué Ebenézer e o Prof. Noélio Duarte, membros Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB), e o bardo português João Tomaz Parreira, entre outros."

Monday, July 13, 2009

Anatomia da Angústia no «Grito» de Munch

O quadro de Munch não é uma história gráfica da angústia à maneira de Franz Kafka, mas uma coisa leva a outra.
Josef K. no romance O Processo poderia gritar assim. Ou qualquer outra realidade angustiante dos dias de hoje- a crise no meio da ponte-, poderia fazer exprimir assim a ansiedade e a angústia.
Por exemplo, um elevador detém-se automaticamente com um solavanco. As portas deslizam e abrem-se, mas em vez da saída, o passageiro enfrenta apenas uma parede em branco. Seus dedos apunhalam os botões: nada acontece. Finalmente, ele aperta o sinal de alarme. Uma voz brusca, ouve-se: "Qual é o problema?"
O passageiro, com a sua voz dentro de uma caixa de ossos e adrenalina, explica que quer sair no 25º andar.
"Não há 25º andar neste prédio", diz a voz do altifalante. O passageiro argumenta que é um absurdo, ele trabalha aqui há anos. Ele diz o seu nome. "Nunca ouvi falar de você", diz o altifalante.
"Isto não me está a acontecer", murmura ele. "Eles estão apenas a tentar assustar-me." A situação agora torna-se uma situação de angústia.

Durante séculos de civilização cristã (e não cristã), o homem assumiu a sua culpa e daí a ansiedade, ambas fazem parte da sua natureza, como um ser finito e caído dão-lhe a dimensão da culpa.
Os remédios foram e continuam a ser apenas a Graça e a Fé. Quando a Idade da Razão, como suposta primavera pretendeu vir revogar o outono da Queda, o impulso do homem foi voltar a si próprio com uma falsa segurança, e, por um tempo, essa Razão parecia ser um substituto adequado para as certezas da Fé.

O homem colocava-se na posição que Dostoesvsky no seu romance «Os Possessos», faz dizer à personagem Alexis Kirilov: «Se não houver Deus, então eu sou deus.»
Mas não é, daí a angústia, porque na anatomia do homem há um buraco que é a forma do grito.
Para o existencialista, o grito do homem provém do alegado silêncio de Deus. Kierkegaard, que foi um existencialista cristão, contrapunha que era preciso saber distinguir a voz divina, como Abraão o fez, porque Deus fala.

O silêncio que parece rodear os ouvidos do homem, do qual presume que está no nada caótico do princípio da Criação, ou pior, que Deus está ausente, não é assim um drama – é nesse silêncio que melhor se escuta a Voz do Divino. É o ambiente melhor e mais adequado para se fazer distinguir a Voz original dos ecos, como diria o poeta espanhol Antonio Machado. ( A distinguir me paro las voces de los ecos, / y escucho solamente, entre las voces, una.)

O pensador Miguel de Unamuno, ao pensar também sobre este tema, tem um capítulo (En el fondo del abismo) no seu livro fundamental ao pensamento religioso e filosófico ocidental, «Del sentimiento trágico de la vida», em que a dado passo afirma: «Por desesperação se afirma, por desesperação se nega, e por ela se abstém alguém de afirmar e de negar.
Observai os nossos ateus, e vereis que o são por raiva, por raiva de não poder crer que haja Deus. São inimigos pessoais de Deus. Têm substantivado e personalizado o Nada, e seu não-Deus é um anti-Deus.»
E escreve também sobre o anelo vital de imortalidade do ser humano, ora este anelo vital não existe sem Deus e sem que a Sua voz, mesmo através de canais da natureza, como o nosso semelhante, o bébé que chora como um primeiro sinal de mais uma voz no mundo, o universo regulado pela imensa Mão, se faça ouvir no mais recôndito silêncio da nossa alma. E assim da Sua Voz no Mundo por Ele criado podemos passar à Sua Palavra.
É o reconhecimento da voz querida que nos leva a anelar as suas palavras, o seu verbo no esconderijo da nossa capacidade da amar, que só a centelha do Espírito divino dispôs em cada um de nós.

Aveiro, 12-7-2009
Extraído do Portal Evangélico

Friday, July 10, 2009

Da Pequena Sala em Aradas

DA PEQUENA SALA EM ARADAS*


ASSEMBLEIA DE DEUS EM AVEIRO, 50º ANIVERSÁRIO
1959-2009

João Tomaz Parreira

“Numa localidade chamada Aradas, apareceu uma pequena sala e ali foram feitas as primeiras reuniões”, escreveria em notas manuscritas para a sua família, quase cinquenta anos depois no seu derradeiro ano de vida, em 2007, a cristã Adriana Pereira, viúva do fundador do trabalho da Assembleia de Deus em Aveiro.

Partindo do locus histórico que foi essa pequena sala, estrutura-se este pequeno livro. O mesmo não abordará toda a extensão da história destes 50 anos de existência da Assembleia de Deus em Aveiro, para esse desiderato existe já o livro «40 Anos Assembleia de Deus Aveiro», editado em 1999, e que reproduz todo o percurso, pastorado a pastorado, do que aconteceu em termos históricos na nossa comunidade assembleiana.

Tal livro teve todas as virtualidades, desde logo a de 40 anos objectiva e realmente transcorridos, e também fotografias que guardaram para a posteridade membros e oficiais do Ministério da igreja que já descansam com o Senhor.

Este pequeno livro agora, ao cabo de meio século, pretende ser apenas uma história não de 50 anos, mas como estes se iniciaram na nossa história desde 1959.

*Pequeno livro em preparo, para ser apresentado em Outubro.


Thursday, July 02, 2009

A Visitação

Chegas todos os dias na prata
do ar, por tua causa os jardins
movimentam-se de abelhas
o estame das flores
vai tecer raízes em novos lugares

Chegas e fazes saltar os pássaros
das linhas da noite
És poderoso e todavia
mesmo a mão de uma criança
te fecha

As transparências são a tua água
navegável ainda pelo mais fundo
a que os olhos chegam
Chegas todas as manhãs e fecundas
na palidez dos frutos a tua cor
E cada fruto acorda sem precisar de espelhos

Chegas e endireitas o arco
das nossas costas e a nossa alma
foge para ti